OBS.: NOTA DO BLOGGUER
DNA ALIENÍGENA, será que o protestante - aquele mais simples - pelo menos sabe o que é DNA ALIENÍGENA?
Fica aqui a indagação para que o leitor do blogguer possa se localizar dentro desta questão. Se por um lado podemos dizer algo de positivo isso faremos com objetividade, será que foi o 'pai da mentira' que infiltrou essa informação estre os negacionistas?
Negacionistas dizem que vacinas
inoculam “DNA alienígena”
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Conteúdo verificado: Em publicação, o presidente da Fundação
Cultural Palmares, Sérgio Camargo, diz que não permitirá a aplicação de “DNA
alienígena” em seu corpo. Apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), Camargo
afirma também que tomará a vacina CoronaVac “caso fique sem saída”, em
referência às exigências de um passaporte da vacinação. Mesmo admitindo que
tomaria, ele diz que o imunizante não funciona, mas foi desenvolvido com um
“método tradicional”.
É falsa a afirmação do presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio
Camargo, que sugere que vacinas contra a covid-19 injetam “DNA alienígena” nas
pessoas. A declaração foi feita no Twitter. Especialistas ouvidos pelo Comprova
explicam que nenhum imunizante injeta DNA nas pessoas, e que as vacinas são seguras,
além de eficazes.
Embora não cite, a alegação de Camargo insinua ter relação com o falso
entendimento de que as vacinas que usam a tecnologia de RNA mensageiro (mRNA)
injetam DNA ou provocam alterações genéticas nas pessoas, o que não é verdade.
Essa tecnologia é usada em duas das vacinas contra a covid-19: Pfizer e
Moderna.
No Brasil, apenas a Pfizer está sendo aplicada com essa
tecnologia. Segundo infectologistas especialistas ouvidos pelo Comprova, as
vacinas de mRNA funcionam a partir da inserção de um pedaço da sequência de RNA
do Sars-Cov-2 para gerar resposta no sistema imunológico humano.
Já os imunizantes Oxford/Astrazeneca e Janssen são produzidos
por meio do adenovírus recombinante, método que também não injeta DNA.
No caso da CoronaVac, a técnica usada é do vírus inativado. A afirmação de
Camargo de que a vacina não funciona também é falsa. O imunizante tem eficácia
global de 50,38% e os dados sobre redução de casos e mortes no Brasil após a
aplicação desta vacina, a primeira utilizada no país, são um indicativo de que
ela funciona.
O presidente da Fundação Palmares foi procurado por meio de sua
assessoria em 4 de janeiro de 2022, mas não respondeu até a publicação desta
verificação.
O Comprova classificou a publicação investigada como falsa
porque o conteúdo foi inventado.
Inicialmente, a reportagem foi em busca de especialistas que pudessem explicar
a formulação das vacinas contra a covid-19. A reportagem conversou com
Alexandre Naime Barbosa – chefe da Infectologia da Universidade Estadual
Paulista (Unesp), consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e da
Associação Médica Brasileira (AMB) –, com o infectologista Leonardo Weissmann,
que também é consultor da SBI, e com o virologista e coordenador do curso de
biomedicina do IBMR Centro Universitário, Raphael Rangel.
A equipe também procurou o Instituto Butantan, responsável pela
produção da Coronavac no Brasil, para esclarecer como a vacina é produzida e
qual é sua eficácia, além de ter buscado informações sobre a vacina e os resultados
de seus testes em publicações na imprensa.
Por fim, foi procurado o presidente da Fundação Palmares, Sérgio
Camargo, para tentar entender o que ele considera “DNA alienígena” e por qual
motivo ele optaria pela CoronaVac, como escreveu em seu post no Twitter. Ele
não respondeu à tentativa de contato até a publicação deste texto.
O Comprova fez esta verificação baseado em informações científicas e dados
oficiais sobre o novo coronavírus e a covid-19 disponíveis no dia 10 de janeiro
de 2022.
As vacinas são desenvolvidas por meio de diferentes técnicas. No
caso dos imunizantes aplicados contra o coronavírus no Brasil são três os
métodos: RNA mensageiro, adenovírus e vírus inativado. Diferente do que Camargo
afirma na publicação, em nenhum deles é usado DNA, nem existe a possibilidade
de que vacinas injetem “DNA alienígena” nas pessoas.
O DNA (ácido desoxirribonucleico) é uma molécula que fica no
núcleo das células de seres vivos e que carrega toda a informação genética do
indivíduo e suas características. Ela é a responsável por transmitir as
informações genéticas e, por isso, tem um papel fundamental na hereditariedade.
O RNA também é um ácido nucléico, formado a partir de uma molécula de DNA, que
tem como principal função sintetizar proteínas.
A Pfizer – aplicada em adultos, adolescentes e crianças – é desenvolvida por
meio de RNA recombinante. O chefe da Infectologia da Universidade Estadual
Paulista (Unesp) e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e da
Associação Médica Brasileira (AMB), Alexandre Naime Barbosa, explica que
pesquisas com esse método são desenvolvidas há dez anos.
O processo funciona inserindo um pedaço de uma sequência do RNA
do SARS-Cov-2. O RNA mensageiro sintetiza a proteína spike, a principal do
coronavírus, mas não nociva como a do próprio vírus. Por meio desse processo,
as células do próprio corpo se tornam capazes de produzir a proteína, que então
é reconhecida pelo sistema imunológico, estimulando a produção de anticorpos.
Todo o processo acontece no citoplasma da célula, fora do núcleo que abriga o
DNA. “É uma forma muito inteligente de você conseguir que o sistema imune
consiga produzir substâncias que vão proteger o indivíduo”, diz Barbosa.
O infectologista Leonardo Weissmann, consultor da Sociedade
Brasileira de Infectologia (SBI), esclarece que tomar essa vacina não causa
nenhum tipo de alteração genômica.
“O RNA mensageiro sintético produzido em laboratório não causa doença nem
qualquer alteração em nosso genoma, já que ele não penetra no núcleo de nossas
células, onde está o DNA”, explica.
Barbosa acrescenta que a técnica de mRNA não provoca nenhum tipo
de toxicidade, já que a partícula utilizada se desintegra rapidamente.
“Importante dizer que essa proteína de RNA mensageiro que é feita através da
vacina, ela tem uma vida muito curta, ela é muito lábil, efêmera. E logo depois
que é sintetizado esses pedacinhos do vírus, ela acaba perdendo sua
conformação, ela se desintegra, degenera e não tem mais nenhum tipo de
toxicidade”, explica.
CoronaVac: vacina de vírus inativado
No tuíte, Camargo afirma que, se ficar sem saída [e tiver que se vacinar para
obter o passaporte sanitário], irá optar pela CoronaVac, porque, segundo ele,
“não funciona” e foi desenvolvida usando um “método tradicional e já bem
conhecido”. É verdade que a tecnologia utilizada nesta vacina já é bem
conhecida, mas não é verdade que ela não funciona (leia mais abaixo).
De acordo com Weissmann, a CoronaVac é uma vacina de primeira geração, que usa
uma tecnologia “quase centenária”. “Ela utiliza o microrganismo inteiro,
cultivado em células no laboratório e, posteriormente, inativado, tornando-se
incapaz de produzir doença. Quando entra no organismo, o vírus vacinal é
percebido como um agente estranho e desencadeia a resposta do sistema
imunológico”, explica.
Outras vacinas presentes no calendário vacinal dos brasileiros
também usam essa mesma tecnologia, como as vacinas contra sarampo, rubéola,
caxumba e gripe.
O autor da publicação mente ao afirmar que a CoronaVac não
funciona. A queda no número diário de casos e de mortes a partir de março de
2021, quando os primeiros vacinados começaram a receber a segunda dose da
CoronaVac, é um indicativo da eficácia da vacina.
Além disso, especialistas garantem que a vacina é segura e funciona. “Isto foi
demonstrado nos estudos de fase 3 (a última antes da obtenção do registro
sanitário)”, afirma Weissmann.
Em janeiro de 2021, o Instituto Butantan divulgou os dados de
eficácia da CoronaVac. Os resultados do estudo de fase 3 do imunizante
apontaram eficácia de 100% nos casos graves e moderados da doença, 78% em casos
leves e 50,68% nos casos muito leves, sendo este último percentual chamado de
“eficácia global”. Esta eficácia de 50,38% está dentro do mínimo estabelecido
pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa), que é de 50%.
Um estudo feito na cidade de Serrana (SP), mostrou a eficácia da
vacina na prática. “Em Serrana, foi realizado um estudo de efetividade, com 28
mil adultos vacinados, onde se verificou uma redução de 80% dos casos
sintomáticos da covid-19, as internações, 86%, e as mortes, 95%”, completa
Weissmann.
Em junho do ano passado, o Butantan divulgou que a eficácia da CoronaVac para
casos sintomáticos havia atingido 50,7% com 14 dias de intervalo entre a
primeira e a segunda dose. Segundo os cientistas do Butantan, a eficácia global
poderia chegar a 62,3% se o intervalo entre as doses fosse de 21 dias ou mais.
Esta nova pesquisa mostrou ainda que a eficácia para casos de moderados a
graves variava de 83,7% a 100%, mais do que os 78% a 100% da pesquisa anterior.
Em novembro, o Butantan informou que a dose de reforço da
CoronaVac também era eficaz contra a variante Delta e que aumentava em 17 vezes
o nível de anticorpos neutralizantes contra a variante naqueles que já tinham
completado o esquema vacinal há seis meses ou mais.
Essa proteção contra variantes também é destacada pelo
virologista e coordenador do curso de biomedicina do IBMR, Raphael Rangel. “A
Coronavac é uma ótima vacina e possui uma eficácia significativa que confere
proteção inclusive para as novas variantes”, diz.
O Comprova investiga conteúdos suspeitos que tenham viralizado nas redes
sociais sobre pandemia, políticas públicas e eleições. A postagem aqui
verificada teve mais de 4,8 mil interações no Twitter.
Informações falsas sobre a vacinação contra covid-19 podem fazer
com que as pessoas não se imunizem ou que escolham um determinado fabricante.
O Comprova já mostrou em verificações anteriores que é falso que
a vacina da Pfizer causou muitas mortes e que as mutações da covid-19 não
descartam eficácia e segurança das vacinas.
Falso, para o Comprova, é um conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições
para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para
espalhar uma mentira.
Assinatura
CARTA AO LEITOR
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