Publicado
por Robson Pires na categoria
Listão de Janot vai
devastar ainda mais a política e absolver PT
Segundo
informa a Folha, Rodrigo Janot já tem quase fechada a
lista dos políticos contra os quais pedirá abertura de inquérito com base nas
delações dos executivos da Odebrecht. A decisão caberá ao ministro Edson
Fachin, do STF, relator do petrolão.
Janot
preparou um cardápio suprapartidário. Lá estarão, claro!, os petistas Lula,
Dilma, Antonio Palocci, Guido Mantega e João Santana. Mas também os senadores
tucanos José Serra e Aécio Neves. Do PMDB, há mais graúdos: Eliseu Padilha
(ministro da Casa Civil), Moreira Franco (secretário-geral da Presidência), e
os senadores Eunício Oliveira (presidente), Renan Calheiros (líder do PMDB);
Edison Lobão (presidente da CCJ) e Romero Jucá (novo líder do governo e
presidente do PMDB). Gilberto Kassab (ministro das Comunicações), que é do PSD,
é candidato a integrar a turma, mas ainda há dúvidas. Ao todo, devem ser mais
de 40.
Janot
pedirá também ao tribunal que aqueles sem foro especial — é o caso dos
petistas, por exemplo — migrem para a primeira instância.
Vamos
pensar
Em tese, Fachin pode achar que não há motivos para abrir um inquérito ou outro? Até pode. Vai fazê-lo? Duvido. Toda a conversa sobre o tribunal ser o foro da impunidade — o que é mentira — acabará pesando. Acho que dirá “sim” às mais de 40 solicitações. Até porque se trata, por enquanto, de inquérito, não de uma denúncia.
Em tese, Fachin pode achar que não há motivos para abrir um inquérito ou outro? Até pode. Vai fazê-lo? Duvido. Toda a conversa sobre o tribunal ser o foro da impunidade — o que é mentira — acabará pesando. Acho que dirá “sim” às mais de 40 solicitações. Até porque se trata, por enquanto, de inquérito, não de uma denúncia.
Eis aí:
casem agora essa informação com a que vai no post anterior. A maioria dos
delatores da Odebrecht já está cumprindo uma “pena” ao arrepio da lei, num
acordo esdrúxulo feito pelo MP e coonestado por Cármen Lúcia. Tudo indica que
as coisas, para eles, acabarão por aí. Muitos nem devem ser processados.
Já os
políticos, como se nota — e vejam como a lista é diversa sob qualquer aspecto
que se queira —, estão danados. Essa nova leva vai agravar o que chamo de
“terra devastada”. Autorizada a abertura do inquérito, aí começa a investigação
específica. A coisa vai longe.
Alhos com
bugalhos Não
estou presumindo culpa nem inocência de ninguém. Apenas destaco que, na lista,
há pessoas que foram acusadas de corrupção e outras de caixa dois. É tudo ruim,
mas são coisas de gravidade distinta. Não importa! Todos os gatos vão no mesmo
saco. Vejam que coisa: os tucanos Serra e Aécio, que já enfrentaram Dilma (e
Lula, no caso de Serra), agora se juntam aos adversários na tal lista.
A
impressão que fica a uma larga parcela é que todos são igualmente culpados dos
mesmos crimes. Assim, aqueles que governaram o país quando a máquina petista
assaltava os cofres e as instituições são postos em pé de igualdade com
lideranças que enfrentaram tal máquina.
Vale
dizer: no fim das contas, triunfou a versão que o PT criou em 2005 para
justificar o mensalão: “Fizemos o que todos fazem; somos todos iguais”.
A forma
como vai sair a lista de Janot pode até complicar um pouco mais a vida de
alguns petistas, mas ela, na prática, absolve e redime o PT.
“Ah,
então não era para investigar esse ou aquele?” Ora, que se investigue quem tem
de ser investigado! Só não aceito uma urdidura que iguala os desiguais.
Afinal de
contas, como a gente percebe, o Ministério Público também conta uma história,
não é mesmo? E nem sempre de acordo com a lei.
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