PROCURADORA GERAL DA REPÚBLICA
RAQUEL DODGE REQUEREU ACESSO AOS AUTOS DAS AÇÕES EM QUE SEU ANTECESSOR, RODRIGO JANOT, PEDIU O IMPEDIMENTO DO MINISTRO DO STF GILMAR MENDES
(FOTO: MARCOS CORREA/PR)
Na segunda semana como procuradora-geral da República, Raquel Dodge requereu formalmente ao Supremo Tribunal Federal (STF) acesso aos autos das ações em que seu antecessor, Rodrigo Janot, pediu o impedimento do ministro do STF Gilmar Mendes. No documento, deixou em aberto a possibilidade de fazer uma nova manifestação sobre o assunto.
“A Procuradora-Geral da República requer vista dos autos para exame da matéria e manifestação eventualmente cabível”, disse Raquel, no sucinto pedido encaminhado à presidente do Tribunal, Cármen Lúcia.
O ex-procurador-geral pediu o impedimento do ministro para julgar pedidos do empresário Eike Batista, do ex-presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio (Fetranspor) Lélis Teixeira e do empresário Jacob Barata Filho, conhecido como “rei do ônibus” – presos em desdobramentos da Lava Jato no Rio de Janeiro.
Janot apontou que a esposa de Mendes, Guiomar Ferreira Mendes, trabalha em escritório que defende Eike e Teixeira, e que o ministro foi padrinho de casamento de Jacob Barata Filho.
Em coletiva de imprensa na terça (26), Raquel havia falado que estava fazendo um estudo de procedimentos que haviam sido propostos por Janot, mas evitou falar em revisão ou reexame. Os pedidos de vista em relação à arguição de impedimento proposta contra Gilmar chegaram ao STF naquele mesmo dia.
Nesta quinta (28), na saída do Conselho Nacional de Direitos Humanos, Raquel não quis comentar os pedidos.
Na semana passada, após a posse de Raquel, Gilmar afirmou que a nova procuradora-geral promoverá “revisões” dos procedimentos de Janot.
“Certamente haverá revisões, não vou dar opinião sobre isso, mas certamente a procuradora-geral vai fazer uma reanálise de todos os procedimentos que estão à sua disposição de maneira natural ou provocada para certamente evitar erros e equívocos que estavam se acumulando”, disse Gilmar a jornalistas. (AE)
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