ACERVO DE 9 MIL ITENS
LULA VISITA SUAS ‘TRALHAS’, ACOMPANHADO POR OKAMOTO, NO ACERVO PRESIDENCIAL
PARTE DO ITENS CHEGOU A SER APREENDIDA NA LAVA JATO
Publicado: 21 de dezembro de 2017 às 17:52
RedaçãoBENS FORAM DOADOS A LULA DA ÉPOCA EM QUE OCUPAVA A PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA (FOTO: RICARDO STUCKERT)
O ex-presidente Lula visitou nesta quinta-feira, 21, os bens doados a ele da época em que ocupava a Presidência da República. Chamados de ‘tralhas’ pelo petista, os itens chegaram a ser armazenados pela empresa Granero – contrato é alvo da Lava Jato sob a acusação de que foi custeado pela OAS como forma de suposta propina; a defesa nega.
O momento foi registrado em uma postagem na página do Facebook do petista.
“Se juntar todos os presentes recebidos por JK, Getúlio, Collor e FHC… Se juntar todo mundo, não vão superar o tanto de lembranças que recebi em oito anos”, disse Lula, sobre seu acervo de 9 mil itens.
Ex-presidente visitou seus bens acompanhado do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e de um escrevente do 4º Tabelião de Notas de São Bernardo.
Os bens chegaram a ser apreendidos no âmbito da Operação Alethea, em março de 2016, que conduziu Lula coercitivamente. Dos 9 mil itens, segundo a contagem do ex-presidente, 21 chegaram a ser confiscados pela Secretaria da Presidência: espadas, coroa, moedas antigas, entre outros presentes, atendendo a decisão do juiz da Lava Jato.
No âmbito da Alethea, Lula foi grampeado em conversa com a então presidente Dilma Rousseff e chegou a demonstrar insatisfação com as investigações sobre os bens.
“Era, a mesma coisa…. Hoje eles fizeram uma coisa coletiva. Foram na casa do Paulo Okamotto em Atibaia, eu nem conversei com Paulo ainda, foram na casa da Clara. Eu tô pensando em pegar todo o acervo, eu vou tomar a decisão, e levar, jogar na frente do Ministério Público. Eles que enfiem no cu e tomem conta disso”, afirmou.
Dilma respondeu: “Ah, dá pra eles! Eu vou fazer a mesma coisa com os meus viu?!”
Em primeira instância, o juiz federal Sérgio Moro absolveu o ex-presidente Lula e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto das acusações do Ministério Público Federal sobre o armazenamento dos objetos.
Na mesma sentença, Moro condenou Lula por corrupção passiva e lavagem de dinheiro de R$ 2,25 milhões por supostamente aceitar para si o triplex no Condomínio Solaris, no Guarujá, e suas respectivas reformas bancadas pela construtora como forma de propinas oriundas de contratos da Petrobrás.
O juiz federal ainda afirmou reconhecer a ‘importância cultural da preservação do acervo presidencial’.
A Procuradoria da República da 4ª Região afirmou concordar com a sentença de Moroem análise de recurso da força-tarefa que pedia a condenação do petista também pelo contrato entre Granero e OAS. O parecer é endereçado ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que vai decidir sobre recursos de Lula e do MPF contra a sentença de Moro no dia 24 de janeiro. (AE)
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