15 de outubro de 2021
Ao lado dos movimentos que representam os povos do campo, das águas e das florestas, que representam quem produz 70% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou a sua indignação com o retorno da fome.
“É esse mal desgraçado da fome que nós temos que colocar como prioridade para gente poder fazer este país ficar humanizado, civilizado”, disse Lula aos presentes, cercado de produtos da agricultura camponesa, dos assentamentos de sem-terra, das terras quilombolas, dos pescadores artesanais.
As frutas, legumes, grãos, carnes e peixes trazidos ao evento serão destinados à Pastoral do Povo de Rua de São Paulo, conduzida pelo padre Júlio Lancelotti, para oferecer refeições saudáveis no Dia Mundial da Alimentação, comemorado neste sábado, dia 16 de outubro.
O ex-presidente participou, nesta sexta-feira (15), do Encontro dos Movimentos Sociais do Campo, das Águas e das Florestas com Lula em Defesa da Vida e contra a Fome. Confira algumas das declarações do ex-presidente Lula durante o evento:
Essa situação de agora é pior do que a que eu vivi. É muito duro você estar numa mesa e ouvir uma mãe dizer que não tem comida. As pessoas que passam fome têm vergonha de dizer que estão com fome. Ninguém sai na rua pra dizer que está com fome. Então, quem tem que trabalhar para acabar com a fome somos nós.
Nós estamos vivendo um momento da história em que a cabeça da elite brasileira ainda é escravista. Este é a única razão da gente ter fome. A gente pode produzir o que quiser, mas se o povo não tiver dinheiro, ele vai passar fome.
Eu lembro do Paulo Freire dizendo quando a pessoa come, a pessoa fica bonita, mas quando a pessoa está com fome, a fome é muito feia.
Esses dias, eu vi a relação de mil empresários que ficaram mais ricos durante a crise. E o trabalhador, ficou mais rico? E as pessoas que não têm profissão?
Essa gente que cassou a Dilma, falando em ponte para o futuro, olha a ponte que eles nos deram? Uma ponte para o purgatório!
Nós temos fome de alimentos, de educação, de direitos humanos, de água potável, de saneamento básico, de reforma agrária. Nós temos fome de democracia, fome de paz e fome de amor. É possível mudar isso? É. E quem vai resolver isso? Nós. Com partido forte, movimento social, sindicato forte.
A gente não pode aceitar a ideia de que os milicianos vão resolver estes problemas. Não é só fome de comida, mas é fome de tudo o que eu falei que a gente precisa resolver para este país se transformar numa

 nação.