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"Acreditamos que a moratória, por ora, e, depois, o consequente banimento são as medidas mais adequadas diante de sistemas massivos de reconhecimento facial ou de outros dados biométricos. O vigilantismo promovido por essas tecnologias, quando usadas indiscriminadamente, é um inimigo de uma sociedade civil livre, criativa e pujante", aponta a advogada Eloísa Machado, professora da FGV.
"Tal posicionamento vem da análise de que esse uso já se mostra, por princípio, incompatível com a proteção dos direitos humanos. De diversas maneiras a vigilância biométrica em massa afeta os direitos humanos", diz Alcântara.
"No momento, o reconhecimento facial tem servido à discriminação dos segmentos mais fragilizados da população, como os jovens negros da periferia. Acredito que precisamos de uma moratória do uso das tecnologias de reconhecimento facial. Precisamos discutir sua real aplicação, seus vieses, seus reveses e como mantê-las sob o controle democrático da sociedade", defende Amadeu.
"Não se trata apenas de como a tecnologia erra com mais frequência com grupos minorizados, mas das próprias concepções de segurança pública envolvidas. Hipervigilância não só não diminui o crime, como promove a violência estatal e restringe a liberdade de todos e quaisquer cidadãos através de um clima de suspeição generalizada", afirma.
"É a gente olhar para os problemas sociais e estruturais e achar que todos eles serão resolvidos com tecnologia. É como se estivéssemos negligenciando a nossa capacidade como seres humanos, seres pensantes que conseguem promover uma solução. É como se estivéssemos substituindo toda essa percepção humana por máquinas", conclui.
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