Criança de dois anos teve infecção generalizada após estupro, diz perito
Criança chegou a ser atendida no Hospital Dirceu Arcoverde (Foto: Patrícia Andrade/G1)
Os exames realizados na criança de dois anos de idade natural de Ilha
Grande, Litoral do Piauí, vítima de violência sexual, apontaram que
parte do ânus estava necrosado. O menino, que morreu na sexta-feira
(21), sofreu infecção generalizada e foram encontrados espermatozoides
em seu corpo.
A perícia foi realizada pelo Instituto de Criminalística de Parnaíba. De
acordo com o perito Péricles Avelino, a violência sexual ocorria com
frequência. “Houve, de fato o estupro, comprovado na região anal e com a
presença de espermatozoides no corpo da vítima. As lesões mostravam que
a violência sexual era recorrente e que gerou infecção generalizada”,
destacou.
O principal suspeito, de acordo com a polícia, é o pai da criança, de 50
anos. Os exames irão mostrar se o espermatozoide encontrado era mesmo
do pai do menino. A mãe da vítima chegou a negar que a violência sexual
acontecia no ambiente familiar.
O caso veio à tona somente após a criança morrer. O perito Péricles
Avelino confirmou que foram, pelo menos, quatro entradas no Hospital
Dirceu Arcoverde (HEDA), em Parnaíba. “Foi algo bárbaro. Tivemos acesso
aos prontuários médicos e eles revelaram que desde o dia 19 de outubro, a
criança se queixava de fortes dores, tinha dificuldade de andar e
muitos ferimentos”, disse o perito.
Segundo uma das enfermeiras do setor de pediatria do HEDA, tiveram
outras entradas do menor ao pronto-socorro. Ela preferiu não se
identificar, mas garantiu ao G1 que a criança se queixava de dores e
apresentava feridas na boca e no ânus, e que, a princípio, os médicos
suspeitaram de toxoplasmose.
Ainda, segundo a enfermeira, somente na última entrada da criança ao
hospital, na sexta-feira (21), após exames, foi confirmada a violência
sexual, ao ser identificada uma laceração no ânus da vítima.
Conselho Tutelar denuncia
De acordo com a conselheira tutelar de Ilha Grande, Damiana Lima, a
criança havia sido atendida na unidade pelo menos quatro vezes, mas
somente quando o menino veio a óbito, o conselho foi informado.
“Nunca fomos notificados pelo hospital nem pela família da criança.
Estamos até agora esperando um parecer do hospital Dirceu Arcoverde.
Como conselheiros vamos fazer uma triagem com a família para entender a
situação mais ao pé da letra. Ficamos surpresos com o caso e estamos
buscando explicações. Estamos esperando um parecer da unidade de saúde”,
disse.
A direção do Instituto Médico Legal de Parnaíba deve prestar mais
informações até o final desta semana para dar mais detalhes sobre o
caso.
*Beto Marques/G1 PI
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