quinta-feira, 27 de outubro de 2016

ESTUPRO FATAL

  Criança de dois anos teve infecção generalizada após estupro, diz perito

Criança chegou a ser atendida no Hospital Dirceu Arcoverde (Foto: Patrícia Andrade/G1)

Os exames realizados na criança de dois anos de idade natural de Ilha Grande, Litoral do Piauí, vítima de violência sexual, apontaram que parte do ânus estava necrosado. O menino, que morreu na sexta-feira (21), sofreu infecção generalizada e foram encontrados espermatozoides em seu corpo.
A perícia foi realizada pelo Instituto de Criminalística de Parnaíba. De acordo com o perito Péricles Avelino, a violência sexual ocorria com frequência. “Houve, de fato o estupro, comprovado na região anal e com a presença de espermatozoides no corpo da vítima. As lesões mostravam que a violência sexual era recorrente e que gerou infecção generalizada”, destacou.
O principal suspeito, de acordo com a polícia, é o pai da criança, de 50 anos. Os exames irão mostrar se o espermatozoide encontrado era mesmo do pai do menino. A mãe da vítima chegou a negar que a violência sexual acontecia no ambiente familiar.
O caso veio à tona somente após a criança morrer. O perito Péricles Avelino confirmou que foram, pelo menos, quatro entradas no Hospital Dirceu Arcoverde (HEDA), em Parnaíba. “Foi algo bárbaro. Tivemos acesso aos prontuários médicos e eles revelaram que desde o dia 19 de outubro, a criança se queixava de fortes dores, tinha dificuldade de andar e muitos ferimentos”, disse o perito.
Segundo uma das enfermeiras do setor de pediatria do HEDA, tiveram outras entradas do menor ao pronto-socorro. Ela preferiu não se identificar, mas garantiu ao G1 que a criança se queixava de dores e apresentava feridas na boca e no ânus, e que, a princípio, os médicos suspeitaram de toxoplasmose.
Ainda, segundo a enfermeira, somente na última entrada da criança ao hospital, na sexta-feira (21), após exames, foi confirmada a violência sexual, ao ser identificada uma laceração no ânus da vítima.
Conselho Tutelar denuncia 

De acordo com a conselheira tutelar de Ilha Grande, Damiana Lima, a criança havia sido atendida na unidade pelo menos quatro vezes, mas somente quando o menino veio a óbito, o conselho foi informado.
“Nunca fomos notificados pelo hospital nem pela família da criança. Estamos até agora esperando um parecer do hospital Dirceu Arcoverde. Como conselheiros vamos fazer uma triagem com a família para entender a situação mais ao pé da letra. Ficamos surpresos com o caso e estamos buscando explicações. Estamos esperando um parecer da unidade de saúde”, disse.
A direção do Instituto Médico Legal de Parnaíba deve prestar mais informações até o final desta semana para dar mais detalhes sobre o caso.
*Beto Marques/G1 PI

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