terça-feira, 16 de maio de 2017

JOAQUIM É LOCUTOR DE FM



JOAQUIM MOREIRA, DO INSS,  FALA PORQUE VEIO PARA SÃO MIGUEL/RN

ENTREVISTA REALIZADA  NO INSS

DE SÃO MIGUEL, ESTADO DO RIO

GRANDE DO NORTE




JOAQUIM MOREIRA NETO, 53 anos de idade, é mais uma dessas entrevistas que somam ao caráter ético deste quinzenário, foi realizada em seu gabinete de trabalho, no INSS, centro de São Miguel, Estado do Rio Grande do Norte. Com bastante desenvoltura, que lhe é peculiar, Joaquim Moreira demonstrou uma aptidão grande no que diz respeito as questões sociais, fator importante demais para a solução dos problemas das pessoas menos favorecidas na Região da Serra do Camará.

Ele é casado com dona Maria Serionilda Fernandes Moreira e tem 3 filhos: Heloísa, Heitor e Henrique, mora em São Miguel desde outubro de 16 quando escolheu São Miguel para morar. Vamos à entrevista em si:

JORNAL - Quem é Joaquim Moreira?

JOAQUIM - Joaquim Moreira é um cidadão brasileiro, servidor público federal, concursado, 35 anos de serviço junto à previdência social. Já exerci  vários cargos em institutos, fui gerente de Pau dos Ferros, Alexandria e por último São Miguel. Comecei a trabalhar em Natal, em 85. Sou filho de Bonifácio Fernandes e dona Maria da Conceição Moreira Fernandes. Uma família de cinco irmãos, todos de Uiraúna, Paraíba. Minha primeira professora foi Maria de Ana. Sou formado em Ciência Contábeis pela UFRN em 87. Primeiro ponto sou católico praticante, coisa que gosto, simples, do interior, sou muito interiorano e tenho uma preocupação dentro de mim com as pessoas necessitadas. Essa coisa já vem de meu pai, ele era dono de farmácia e quebrou várias vezes por causa dessa característica, é uma herança do pai.

JORNAL - Objetivo de vida, normalmente os objetivos de vida se renovam a cada manhã, ainda tem objetivos pessoal e profissional?

JOAQUIM - O principal objetivo de vida é ser honesto com o cidadão, é reconhecer e conceder os direitos do cidadão. O pessoal e principal são os filhos, o futuro profissional dos meus filhos, são três formaturas, estão próximos de serem realizados. - E cita as formaturas dos filhos com orgulho.

JORNAL - Está perto de se aposentar?

JOAQUIM - Eu tenho tempo mas não tenho a idade, vou ter que trabalhar mais alguns anos. Eu não penso muito em aposentadoria, eu penso muito em ter saúde, como ser humano eu digo todo dia a todos, enquanto Deus me der saúde eu quero trabalhar, se eu tiver que sair daqui e não tiver outra atividade para trabalhar, eu vou endoidar, então eu tenho que estar ocupado, e como eu tenho essa coisa de ajudar as pessoas, de servir, para que as pessoas consigam alcançar seus objetivos, então, eu não penso em me aposentar.

JORNAL - E as mudanças da Previdência Social, expectativas reais do atual Governo Federal, do Michel Temer?

JOAQUIM - É um desmanche, eu não concordo, eu sou um dos rebeldes dos cargos comissionados, eu não concordo, os direitos sociais, para se tirar, primeiro tem-se que comunicar a essas pessoas.

JORNAL - No modo de ser, se considera um revolucionário?

JOAQUIM - Ele pensa antes de responder, toma fôlego e diz: - Eu sempre fui um lutador da classe estudantil, sempre fui um batalhador pelas causas, e por isso mesmo nunca me filiei a nenhum partido, eu quando vejo um objetivo melhor eu vou à luta e assim venho dando a tônica na minha vida.

JORNAL - E as dificuldades, muitas?

JOAQUIM - Muitas, a maior dificuldade que passei foi exatamente a questão de sair de Uiraúna para trabalhar em Natal, lembro, antes fui morar no Grande Hotel de Teodorico Bezerra eu morava e trabalhava ali na Ribeira, aí eu não concordava com muitas coisas de Teodorico, e aquilo foi me fazendo mal, um dia João Bosco Fernandes, secretário da ARENA, a viúva dele me disse que saísse que iria me ajudar, e sai dali para a Casa do Estudante, ali eu não sofri porque quando você vê



pessoas sofrendo mais do que você, o seu sofrimento é visto diferente. Eu via pessoas, estudantes que não tinha condição de comprar e comer, fui sempre alegre, um moleque, era brincalhão, e por conhecer muita gente boa, não tive dificuldades porque vivia envolvido com os conterrâneos. Na residência Universitária eu não sofri por causa do vínculo de amizade, a gente partilhava, a família estava perto tinha muito familiar em Natal, e elas sabiam do nosso sofrimento e nos ajudava.

JORNAL - Este cargo é uma indicação política?

JOAQUIM - Sim, mas a coordenação de Mossoró, ela é conhecida como a melhor gerência do País, aqueles gerentes que estão ali ninguém meche. E cita um caso ressente, por causa da greve geral. Eu não posso contrariar estes amigos, por causa dessa situação de valorização da gerência de Mossoró.

JORNAL - Qual a grande lição de vida?

JOAQUIM - Em 84, Anita Catalão, nos convidou para fazer uma visita na penitenciária essa foi a minha maior experiência de vida, por causa daquele dia que passei na penitenciária eu aprendi muito, durante todo o dia desenvolvemos a nossa participação e durante a noite um daqueles detentos foi assassinado. Foi a maior experiência de vida para me transformar em um cidadão exemplar.

JORNAL - Porque não tem sigla partidária?

JOAQUIM - É o seguinte, os partidos não cumprem o que está no papel, a maioria do pessoal não tem interesse de acompanhar os estatutos do partido, se fosse diferente eu teria sigla partidária.

JORNAL - Com relação a esta última opinião, como vê a atual gestão do município de São Miguel?

JOAQUIM - A gestão do município ela está um pouco a desejar, tá um pouco parada, a gente sabe que todos os prefeitos estão acusando que deixaram rombos e mais rombos, está precisando melhorar muito, está muito cedo ainda, mas, eu espero que São Miguel melhore muito, principalmente na questão saúde, é um pânico, não tem médico permanente no hospital, quando tem! Agente viu um exemplo aqui mesmo, uma nossa estagiária chegou 11 da manhã e só foi atendida à noite. Quer dizer, saiu mais doente do que quando chegou, por causa da espera, os principais motivos, nos temos um deputado da Região que é uma das primeiras pessoas do governador do Estado, já era pra ter trazido alguma coisa para cá, o mal desse país é política, eu acho que está faltando isso.

JORNAL - O que é preciso ser feito no município para ajudar a sociedade micaelense, a obra que falta?

JOAQUIM - Eu tenho um  pensamento, os governantes como prefeito e vereadores eles deveriam visitar as comunidades, precisam estar unidos, lembro da assembleia itinerante, ambos deveriam fazer reuniões e sessões e ouvir os anseios da comunidade, participar da vida na comunidade. Não adianta só dentro de uma Prefeitura ou de uma Câmara Municipal que os problemas não vai resolver.

JORNAL - E o abastecimento de água da cidade de São Miguel, qual seria o comentário que o cidadão social, faria neste momento tão difícil para a classe menos favorecida, ou seja, os pobres?

JOAQUIM  - Com relação ao abastecimento de água de São Miguel, como em todo canto, com o problema da seca, mas aqui o caso é especial porque o solo está totalmente contaminado com agrotóxicos, mesmo que o açude do Bonito venha tomar água, nós vamos ficar vários anos sem água nas torneiras, o solo está contaminado e toda a tubulação da CAERN está condenada porque está enferrujada, foi feita a dezenas de anos atrás e momentâneamente o que seria feito poderia ser poços artesianos e a confecção da Barragem Poço de Varas. Ou se constroi açudes, a situação da água é crítica, o que vejo é a situação dos agrotóxicos e a tubulação, prejudicando o bom andamento da questão da água em São Miguel.

JORNAL - Em que um jornal como este pode ajudar a população?

JOAQUIM - Olha, todo jornal e blogguer tem por função é levar as informações até aos leitores, isso é primordial.

JORNAL - Qual seria a pergunta que não fiz e você gostaria de responder?

JOAQUIM - Porque você veio para cá?

JORNAL - O contexto do contexto da própria entrevista faz interatividade quando o entrevistado passa a ser o entrevistador, não é soliloquiar, é indagar mesmo, por essa característica Joaquim Moreira, tem se destacado na sociedade micaelense, leiamos a resposta à sua indagação, vai responder?

JOAQUIM - Claro! No passado, o INSS tinha aquelas pesquisas rurais, o que acontece! Pau dos Ferros era vinculado a 19 município e eu vim para essa Região, visitando as comunidades, conheci as pessoas, tinha relacionamentos, via o sofrimento das pessoas, não esqueço nunca, cheguei numa casa em Coronel João Pessoa e encontrei numa casa três jovens deficientes em uma só casa, aquilo me deixou uma lembrança inesquecível, quando eu trabalhei, aqui, o pai delas veio me visitar, eu levava os bolsos cheios de balinhas e quando dei para elas foi uma felicidade grande, elas moravam à esquerda do Campo Limpo, acho que é Queimadas. Aqui em São Miguel teve episódios assim, de sofrimento e tudo isso foi me aproximando cada vez mais desta decisão de vir para São Miguel.



continuação da resposta, porque veio morar em São Miguel? - ‘São Miguel tem algo peculiar, diferente de todo canto, é um povo acolhedor, um povo católico, cristão, acolhedor, o clima é outra coisa, e por ser distante dos grandes centros, eu sou deste jeito, eu gosto muito de andar à pé, então só em ser distante, tem uma qualidade de vida, saúde, eu não penso em me aposentar, graças a Deus, tive decepções na vida, realmente com um comerciante aqui em São Miguel, só foi esta, muito materialista, mas, depois de desejar paz e saúde, você não precisa administrar mais nada, aquilo me deixou mal, por isso mesmo, entre estas nuances vim morar em São Miguel. Me dou bem com todo mundo, aqui o nosso lema tem como símbolo o bom atendimento, e, por conhecer muitas cidades do Nordeste e do Norte do Brasil, apesar de tudo isso, escolhi por opção a cidade de São Miguel para morar. Agora foi eu que escolhi, é terra de gente boa, por isso estou aqui, cheguei para morar em outubro do ano passado. Encero esta entrevista agradecendo a você.




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