quinta-feira, 30 de junho de 2022

TEREZA CRUVINEL

 Perfil do Colunista 247

O silêncio cúmplice de Bolsonaro sobre o assédio na Caixa

"As mulheres do Brasil ouviram e compreenderam o silêncio de Bolsonaro, que nada disse porque é da mesma laia de Pedro Guimarães", diz Tereza Cruvinel

www.brasil247.com - Pedro Guimarães e Jair Bolsonaro
Pedro Guimarães e Jair Bolsonaro (Foto: Isac Nóbrega/PR)
 

Qualquer presidente com um mínimo de decência e respeito pelas mulheres teria declarado que o assédio sexual é inadmissível em seu governo, e que por isso estava demitindo sumariamente Pedro Guimarães da presidência da CEF. Fazendo isso talvez mitigasse um pouquinho a rejeição oceânica que lhe dedicam as mulheres brasileiras, de cerca de 60%, o mesmo índice de rejeição que ele devotam os nordestinos, que ele chama de cabeças-chatas.

Mas Bolsonaro fez questão de explicitar sua cumplicidade com o assediador da Caixa. Não o demitiu de forma exemplar, não deu um pio sobre o assunto e arranjou para que ele pedisse demissão divulgando uma carta hipócrita, onde se declara um campeão da ética e ainda se permite tentar politizar o assunto, sugerindo que virou "alvo do rancor político" em ano ano eleitoral. Só faltou dizer que as funcionárias denunciantes são todas petistas. Aliás, na CEF as mulheres não podiam usar roupas nem esmalte na cor vermelha para não serem assediadas com o epíteto de petistas.

As mulheres do Brasil ouviram e compreenderam o silêncio e a omissão de Bolsonaro, que nada fez e nada disse porque é da mesma laia de Pedro Guimarães. Quem já disse usar o apartamento funcional "para comer gente" e que só não estupraria a deputada Maria do Rosário por achá-la feia não tem nada contra o assédio sexual.

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